quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

                             
                                     ÁLBUM DE FAMÍLIA




                                        Quando acabei de assistir ao filme, imaginei que seriam  ,quase unânime,  os aplausos , tanto para o elenco, quanto para a história. Mas, não foi bem isso que aconteceu. Ouvi inúmeras críticas nada enaltecedoras, quer fossem concernentes ao desempenho histriônico de Meryl e Julia, quer fossem concernentes aos inúmeros dramas pessoais que rechearam o enredo.
                                         Como sou adepta da tese caetanística que " de perto, ninguém é normal" , ouso dizer que, de perto, família nenhuma é normal. Portanto, o filme revela, sim, uma família doente e não mais doente que nossas próprias famílias. Entretanto, cada família com seu drama próprio. E, envolvendo a história , inúmeras pessoas, geradas e criadas por duas irmãs que sofreram abusos em suas infâncias, nada mais natural na linha de desdobramento da vida , que apresentassem dificuldades e problemas emocionais nos seus dia-a-dia e, consequentemente, passassem a se relacionar com outras pessoas cujas neuroses casassem com as suas próprias.
                                          Dessa forma,  "Álbum de Família" é contundente, revelador de verdades nuas e doloridas que cada família esconde em seu seio. Nada mais que isso. Aqui a arte imita a vida, mas, com aquele tom tão caricato que faz parecer que é dor a dor que na verdade se sente.
                                          Confesso que fiquei fascinada pelo filme. Mesmo porque a história estava o tempo todo no limite entre a grande história e  a dos grandes dramalhões mexicanos. O que fez toda a diferença foi estar a produção nas mãos de um elenco poderosíssimo.
                                           É um filme que vale a pena ser visto e revisto e, se alguns não riram ao longo do filme, talvez se levem a sério demais, pensem ser superiores nos seus dramas íntimos a outros seres humanos ou, simplesmente, tenham dificuldades de rir de si próprios.
                                          Recomendadíssimo.


                                          ( Maria Lucia Wagner)

                                           














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