quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

                             
                                     ÁLBUM DE FAMÍLIA




                                        Quando acabei de assistir ao filme, imaginei que seriam  ,quase unânime,  os aplausos , tanto para o elenco, quanto para a história. Mas, não foi bem isso que aconteceu. Ouvi inúmeras críticas nada enaltecedoras, quer fossem concernentes ao desempenho histriônico de Meryl e Julia, quer fossem concernentes aos inúmeros dramas pessoais que rechearam o enredo.
                                         Como sou adepta da tese caetanística que " de perto, ninguém é normal" , ouso dizer que, de perto, família nenhuma é normal. Portanto, o filme revela, sim, uma família doente e não mais doente que nossas próprias famílias. Entretanto, cada família com seu drama próprio. E, envolvendo a história , inúmeras pessoas, geradas e criadas por duas irmãs que sofreram abusos em suas infâncias, nada mais natural na linha de desdobramento da vida , que apresentassem dificuldades e problemas emocionais nos seus dia-a-dia e, consequentemente, passassem a se relacionar com outras pessoas cujas neuroses casassem com as suas próprias.
                                          Dessa forma,  "Álbum de Família" é contundente, revelador de verdades nuas e doloridas que cada família esconde em seu seio. Nada mais que isso. Aqui a arte imita a vida, mas, com aquele tom tão caricato que faz parecer que é dor a dor que na verdade se sente.
                                          Confesso que fiquei fascinada pelo filme. Mesmo porque a história estava o tempo todo no limite entre a grande história e  a dos grandes dramalhões mexicanos. O que fez toda a diferença foi estar a produção nas mãos de um elenco poderosíssimo.
                                           É um filme que vale a pena ser visto e revisto e, se alguns não riram ao longo do filme, talvez se levem a sério demais, pensem ser superiores nos seus dramas íntimos a outros seres humanos ou, simplesmente, tenham dificuldades de rir de si próprios.
                                          Recomendadíssimo.


                                          ( Maria Lucia Wagner)

                                           














quinta-feira, 2 de janeiro de 2014















                                           

                                                  TRABALHAR CANSA





                                                  Estamos diante de um filme do chamado " novíssimo cinema brasileiro" , onde, se não prestarmos muita atenção no idioma falado, parecerá que estaremos assistindo a um desses bons filmes de terror/suspense do cinema argentino ou espanhol.
                                                 Mas, na verdade, trata-se da estreia em longas metragens de uma dupla de cineastas brasileiros, Marco Dutra e Juliana Rojas, exibido, inclusive, na mostra Un Certain Regard, no Festival de cannes de 2011.
                                                 A história, embora , à primeira vista, pareça ser a respeito da vida pacata e sem graça de uma família de classe média, fornece, aos poucos, elementos de terror que, no final , no meu entender, não servem para nada, a não ser acrescentar algo na crítica social feita pelo filme à família de classe média brasileira.
                                                  Dessa forma, tudo começa no núcleo familiar composto por Otávio, Helena e sua filha , ainda criança, Vanessa. Aos poucos é acrescentado ao filme a figura de uma empregada doméstica que aceita trabalhar sem ter seus direitos garantidos.
                                                 Otávio, vem a ser desempregado, mostrando um dos dramas que assola grande parte dos lares brasileiros, na mesma época que Helena, que não concluiu a formação universitária em virtude do csasamento, abre um mini mercado, ambiente que vai se revelando cheio de mistérios.
                                                E é num clima morno, sem grandes alegrias ou tristezas, tal como deve acontecer na vida de uma imensa maioria da população, que a trama se desenvolve.
                                                    Tem hora que eu até parava para me questionar: " Mas que vidinha mais sem graça. Como pode uma mulher se vestir de forma tão simples, não cuidar sequer da aparência e, ainda por cima, se satisfazer com um casamento tão monótono?"
                                                Mas, reside, aí, o grande mérito do filme! Sem ser enfadonho nos oferece um grande material de reflexão para como vivemos nossas vidas de forma medíocre que , nem mesmo, elementos de terror que apareçam na nossa vidinha, são examinados como deveriam ser. Preferem, muitos, queimar, às escondidas, coisas que não entendem , mas que incomodam, sem pesquisar origens, porquês e motivos.
                                                Muitos podem não se dar conta do que repesenta, simbolicamente, o fim que o casal deu às coisas tenebrosas que foram desenterradas da parede do mercadinho. Parece que o diretor e o roteirista não sabiam o que fazer com os elementos de suspense trazidos ao filme.
                                               Contudo, para mim, está aí exatamente a maior crítica que o filme se propôs. Mostrou que a maioria vive se importando e se incomodando por bobagens, tal como fazia Helena, sempre desconfiada de estar sendo enganada pelos funcionários de seu mercadinho. Por sempre achar que estava sendo enganada , prendia-se em contar míseos panetones mas pesquisar o que era misterioso e que foi desencavado da parede de sua loja, ela resolveu não fazer.
                                           Excelente filme de cunho psicológico e de crítica social de nossa sociedade.
                                            Recomendado!!!


                                          ( MARIA LUCIA WAGNER)

















                                                   






















sábado, 28 de dezembro de 2013

MAMMA MIA! - O FILME

Musical onde os ouvidos são premiados com as belas canções do Abba e os olhos com as belas paisagens do mar grego. 
A estória, em si , é docemente infantil, não convencendo nem a mais ingênua criatura nascida nos tempos modernos. A paternidade, hoje, é determinada pelo DNA e, somente, em nome da magia do cinema e do talento dos atores que encarnaram os personagens é que devemos aplaudir o musical.
No mais, é se deixar envolver pela música e pela fotografia do filme.
A cena da subida de Dona e dos noivos pelo íngreme morro , cantando Abba, é, simplesmente, de fechar os olhos e sobrevoar aquele lindo cenário. 
Afrodite faz o resto.

RECOMENDADÍSSIMO

( MARIA LUCIA WAGNER)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

JULIE & JULIA
JULIE & JULIA

 E A CAPACIDADE DE PERMITIR QUE O BEM QUE VOCÊ DESEJA CHEGUE À SUA VIDA








                                                      Filme que narra a aventura culinária da americana moderna Julie, experimentando 524 receitas da conceituadíssima gourmet Julia Child, feitas e escritas, por ela, quase cinco décadas antes. No desenrolar da trama, ao tempo que mostra as peripécias de Julie na cozinha, o filme apresenta a vida de Julia, seus percalços no exterior e sua determinação na publicação de seu livro de culinária.
Meryl Streep tem uma atuação brilhante como Julia Child, inclusive  quanto à sua  peculiar  maneira de falar. A propósito, para quem viu, recentemente, a atuação de Meryl Streep como Margaret Tatcher, em "A Dama de Ferro", há de convir que essa estrela de cinema sabe como ninguém encarnar personagens, preservando o que lhes é característica marcante. 
Por sua vez, Amy Adams também faz excelente atuação, criando uma convincente Julie Powell, mulher desencantada com seu cotidiano e que resolve mudar de vida, perseverando no seu objetivo, tornando-o, enfim, extremamente prazeroso e gratificante.
Um filme que não deve ser classificado propriamente como um drama. Mas como uma crônica. A bem da verdade, um hino à vida, à perseverança e ao otimismo.
Merece ser apreciado.

                                   ( MARIA LUCIA WAGNER)



                                                             NA PROPOSTA DO NOSSO GRUPO " A MAGIA DA VIDA E O CINEMA" TRANSCREVO UM TEXTO DO MEU BLOG  " O PODER INVISÍVEL"



Na verdade, o processo criativo é simples. Deveria, inclusive, ser parte do nosso dia-a-dia.
E, podemos dizer que seja. Muito embora os resultados colhidos ou a ausência de resultados não sejam, sempre, compreendidos por nós, estamos, constantemente, a criar.
Tudo começa, como já sabemos, pelo pedir.
E, é aí, exatamente, no pedir, que você já deve se antenar NO QUE QUER. Não pense no que lhe faz falta , mas, sim, pense no que quer.
 O passo seguinte é saber que  ,a cada desejo lançado , uma resposta nos é dada. Ter certeza disso já é indício de bom êxito.
A parte mais difícil, para mim, consiste no ATO DE PERMITIR  a entrada do bem desejado na sua vida.
É aqui que frequentemente falhamos.
E falhamos porque impedimos que o bem chegue até nós por estarmos sempre em outra sintonia que não é a de recepção ao que pedimos.
Portanto, ao pedir, verifique se sua frequência vibracional permite que o bem entre na sua vida.
 É  aquela velha história de pedir pela saúde e sentir-se doente, falar sobre sua doença, queixar-se, lastimar-se sobre ela.
Nenhum desejo se manifesta numa vida onde a fé passa ao largo.
Assim, a frequência vibracional do seu ser deve corresponder à frequência vibracional do seu desejo.
Deseje a paz de espírito e sinta-se como se já tivesse recebido a paz desejada. Seja a paz de espírito e ela será uma constante na sua vida.
Evite sentimentos opostos ao que você deseja.
Leia belas passagens bíblicas inspiradoras, ou leia trechos que elevem seu espírito, ouça música que lhe encante, veja fotos que retratem o mundo que você almeja criar. 
Quando falamos de processo criativo, todo cuidado torna-se pouco em face de nosso péssimo hábito de nos fixar naquilo que nos faz falta.
É comum que mesmo pensando estar focados no que queremos, realmente, nosso sentimento está focado naquilo que não temos e na situação da qual queremos escapar.
E essa é a nossa sabotagem com a nossa oração.
Então, nesta sexta, minha mensagem é para que façam seu pedido mas sintonizem seus corações na resposta alcançada.




NÃO SEI COMO ELA CONSEGUE

Uma comédia inteligente, sensível, abordando o drama da mulher moderna, assoberbada diante de suas funções maternas, profissionais e conjugais. Sem pieguices, revela a faceta da mulher cosmopolita que se vê às voltas com os filhos, o marido, o chefe, o ambicioso colega de trabalho e as exigências de um competitivo mercado profissional. Mostra o amor, a culpa, a rejeição da filha mais velha à atitude da mãe que sai em busca do seu sucesso profissional e a paciência do marido perante o malabarismo da esposa de dar conta de suas intermináveis tarefas. Como o gênero escolhido para tratar tal tema foi a comédia, claro que somente em rápidas pinceladas pode-se tratar das diferenças de tratamento imposto pela sociedade ao homem e à mulher, com filhos, que exercem atividade remunerada fora de seu lar. Mas, respeitando os limites da comédia, o filme cumpriu, brilhantemente, o seu papel. A mensagem não poderia ser mais cativante: procure impor limites, olhando para o que é mais importante na sua vida e busque ser feliz. Cada um à sua própria maneira. Tudo, no final, dá certo.


( MARIA LUCIA WAGNER)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

 O FILME " O TURISTA DA DOR ( DARK TOURIST)
E UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE O CULTO À DOR E AO SOFRIMENTO





                               Ao criar o Grupo " A Magia do Cinema e a Vida" me propus fazer , a cada breve comentário a respeito de um filme visto, considerações de ordem filosófica, esotérica ou religiosa sobre o tema do filme.
                              Escolhi, agora, o " Turista da Dor " ( Dark Tourist) pois o enredo do filme e a abordagem que faz sobre o comportamento humano de cultuar lugares onde a dor existiu chamou, por demais, minha atenção.
                            É inegável que há aquele tipo de sujeito que se joga em circuitos turísticos de visitação a locais onde ocorreram tragédias, quer naturais ou humanas.
                              Mas , qual a razão da dor ser um imã nesta nossa sociedade ocidental? Ou será que a dor é um imã para todo o ser humano?    
                              Em Jean-Paul Sartre já encontramos a menção de que o ocidente desenvolveu o mito do comportamento sacrificial. Na verdade, vivemos numa sociedade que bajula a morte, cultiva a morte e, em sua grande maioria, festeja a memória da morte, impondo que todos nos sintamos culpados.
                               Temos um exemplo , na nossa cultura, que evidencia isso. Por qual motivos cultuamos toda a dor da morte de Jesus se sabemos que Ele ressuscitou? Por que nos entregamos  de uma maneira masoquista a assistir , em filmes,  a flagelação de Jesus , praticamente, todos os anos?
                                Quando eu era pequena, estudando em colégio de religiosas católicas, não entendia muito bem o motivo de ter que sofrer , todos os anos , na Semana Santa, pelas coisas indizíveis que fizeram a Jesus se, em meu coração, só existia a alegria de saber que Ele havia ressuscitado. Sentia-me culpada, até, por não querer assistis a terrível " Vida de Cristo" que era passada, ano após ano, na tela do cinema do meu colégio, com as imagens em tons de azul.
                              Realmente, em linhas gerais, há em nossa sociedade um verdadeiro êxtase ao se ver cenas de dor e de sofrimento. Gostamos de saber os motivos, ver a cena, ver o local onde ocorreram fatos terríveis. Basta notar a audiência alcançada por programas televisivos onde a dor, o sofrimento e a vilania sejam o tema.
                           Que tal mudarmos esta tendência que cultuamos dentro de nós? Que tal nos compadecermos da dor alheia, trazendo bálsamo para aliviá-la, sem nos entregarmos a morbidez de nos fascinar pelos detalhes da dor ocorrida ?
                            A dor não redime ninguém dos pecados. O fato de se autoflagelar não livrará você de seus pecados. Tornando-se generoso, solidário e tendo compaixão pelo outro é que encontramos o caminho da plemitude. De nada adianta nos infligir dor ou aos outros para reparar algum erro cometido.
                               Tenhamos um discurso pela vida que não seja simples retórica. Vivamos um pacto com a vida. E a vida transborda ao nosso redor, em todos os seres vivos deste planeta. Vivamos festejando a vida de forma autêntica e para isso não podemos compactuar com nada onde a vida seja ceifada.

                                     ( MARIA LUCIA WAGNER)
                     

















terça-feira, 24 de dezembro de 2013



OS PINGUINS DO PAPAI












                                     Juro que quando me sentei para assistir a este filme , pensei que fosse desistir no meio e, confesso, também, que me senti infantilizada por estar me dedicando a tal tarefa. Mas, adivinhem o que ocorreu??? Aprendi que nem só de filmes densos e profundos vive a espécie humana  que pensa ter três dígitos de QI!
                                      Na verdade, foi uma agradável surpresa pois me diverti e até tive meus momentos piegas...
                                     Assim, trata-se de um filme divertidíssimo para qualquer idade , nos remetendo à infância e a inúmeras situações vistas nos desenhos animados. 
                                    Tem o amor e a união familiares como sustentáculos de uma vida feliz , o que faz bem nestes tempos difíceis de inversão de valores pelos quais passamos. Vale a pena ser visto, com um pote de pipocas e o refrigerante de sua preferência. Acompanhado, melhor.
                                        Bom filme para esta época de ano, em família!



                                          ( MARIA LUCIA WAGNER)